Estamos sempre buscando fazer o melhor negócio, não é mesmo? Por isso, a palavra “desconto” faz nossos olhos brilharem e traz a sensação de que estamos comprando o máximo e pagando o mínimo. Mas na maioria dos casos, esse desconto pode ser uma grande ilusão e não entrega nenhuma vantagem financeira! Desconfie daquela superoferta de 80% de desconto, pois pode ser uma grande cilada!
Se você tem interesse em um determinado bem de maior valor, faça uma boa pesquisa de mercado comparando diferentes marcas, e ofertas de diferentes pontos de venda, para mercadorias similares. Comece pela internet, porque é mais prático, lógico, mas não deixe de também visitar as lojas para conferir inclusive a qualidade dos itens anunciados. Ok, permita que o natural impulso tenha seu papel no processo de compra, porque faz parte, mas pondere-o sempre com boas pesquisas e uma boa dose de racionalidade financeira. Afinal, é seu poder de compra que está em jogo!
Nas suas pesquisas, não se decida pela compra rápido demais. Tome algum tempo, para conseguir formar um histórico de preços e clarear em sua mente qual o preço médio de mercado do item que deseja, ou seja, para formar uma noção real de quanto vale o produto objeto do seu desejo.
A partir daí, desencane da porcentagem do desconto em si, e preste atenção somente no preço proposto: se estiver pelo menos 30% abaixo do que deveria ser o normal de mercado, ooops, parece mesmo se tratar de um bom negócio! Precisando, querendo e podendo, pode levar para casa sem dó, comemore a boa compra e usufrua muito!
Os outlets, aqui e no exterior, costumam oferecer bom preço, mas isto não é uma lei atemporal e universal. Antes de visitar um destes grandes centros de compra, faça uma lista do que pretende “investigar” por lá. Ao chegar, não se empolgue com as vitrines cheias e aquele movimento todo de alegres compradores com diversas sacolas nas mãos. Fixe sua busca naquilo que lhe interessa de fato, e não hesite em perder a viagem se nada lhe parecer ser um legítimo bom negócio: melhor perder esta viagem, do que perder aquele seu sofrido dinheirinho que estava aguardando um tratamento verdadeiramente diferenciado.
Você só deve sair de mãos cheias (e bolso esvaziado) de qualquer centro de compras se puder garantir duas alegrias: a) comprar o que você andava querendo ter, e b) pagar de fato aquele preço vantajoso que você havia pesquisado e traçado como preço-máximo para um bom negócio. Lembre-se: tão gratificante quanto possuir o que se deseja, é ter história para contar aos amigos sobre aqueles inacreditáveis bons negócios que você costuma fazer em suas compras! Afinal, sabedoria financeira tem um inegável poder de sedução social… e dizem até que é afrodisíaco!
As pontas de estoque podem realmente apresentar bons descontos, e por três bons motivos: a) há muitas mercadorias avulsas com numeração “quebrada”, fora da grade, b) existem itens com discretos defeitos, e c) há produtos remanescentes da “coleção passada”. Se nenhuma destas características tornar o produto inadequado para suas preferências e necessidades particular, será compensador poder arrematar estas boas ofertas! Caia na real: quando estiver usando aquela sua pechincha, arrematada “na bacia das almas”, ninguém vai saber se veio de uma sofisticada vitrine daquele shopping premium… ou das araras bagunçadas de um lojão de outlet. Vista com atitude, queixo erguido… e arrase!
Cuidado com a empolgação: você não vai querer levar aquela blusa que ficou larga demais, que tem um furo bem perceptível numa das mangas, e que, olhando direitinho, parece ter sido desenhada para vestir elegantemente sua avozinha de 80 anos, e não sua pulsante silhueta de trinta e poucos anos! Mas aquela linda sandália fofa, que você tinha uma igual, mas gastou, bem do seu número, com uns risquinhos minúsculos na sola (que ninguém vê), que tem a sua cara e está por menos da metade do preço normal… esta aí pode muito bem ganhar espaço na sua sapateira e na sua vida. O valor empatado em oportunidades de compra como esta será sempre dinheiro bem gasto!