É um fato de que gostamos de coisas boas, que nos proporcionem satisfação, conforto, segurança, lazer e prazer. E por isso, como consumidores, estamos na busca constante por produtos que entreguem requinte e luxo.
Porém, muitas vezes acabamos sendo enganados por comunicações comerciais apelativas, que se vendem como exclusivas e diferenciadas, mas no fundo é um produto comum de varejo que tenta iludir os consumidores para vender mais.
Entenda que não há mal algum em querer o melhor, mas cuidado, porque muita propaganda tentará seduzir você!
Se lhe disserem que um produto ou serviço oferece luxo, não engula de primeira, questione o vendedor: mas luxo… exatamente onde? Se tentarem convencer você que um certo serviço é requintado, pergunte-se honestamente: onde está este requinte todo?
Primeiramente, tente localizar a diferenciação propagandeada. Nos raros casos em que de fato conseguir encontrá-la, a próxima pergunta deve ser: “Ok, ela existe, mas vale mesmo a pena pagar por ela”? Você perceberá que raramente compensa, até porque as coisas efetivamente diferenciadas, ainda que de leve, costumam custar muito a mais!
O luxo e a sofisticação, mesmo quando efetivamente presentes em determinado produto ou serviço, podem fazê-lo custar proporcionalmente muito mais caro do que o produto similar sem este requinte todo. Pense: você realmente precisa disso tudo para ser feliz? O dinheiro é seu, o juiz é você, é você quem determina onde focará o fruto financeiro do seu trabalho, ou seja, seu dinheiro. Cuidado com o complexo de Rainha da Inglaterra (Sorry, you and I are not The Queen, dear)!
Está bem, sem extremos: querendo uma pitada de sofisticação na vida, procure ser seletivamente extravagante. Talvez comprar um relógio de marca ou bolsa de grife, dar uma eventual visitada àquele restaurante reconhecidamente rebuscado, fumar um bom charuto cubano de vez em quando. Mas que sejam decisões pontuais de consumo diferenciado: querer nivelar tudo “por cima”… pode acabar nivelando sua conta bancária “por baixo”!
Se você busca mesmo diferenciação em seu padrão como consumidor, ao invés de sucumbir facilmente ao apelo do luxo na propaganda, procure trabalhar com outra dimensão que pode distinguir você dos demais de um jeito saudável, e inclusive barato: o estilo. Das roupas aos móveis da casa, faça escolhas que tenham a ver com seus gostos e preferências, escolhas que revelem quem você verdadeiramente é como pessoa, independentemente dos apelos da propaganda.
Lembre-se: você é uma pessoa única, e se estiver disposto a revelar de fato sua essencialidade em suas opções de compra e consumo, numa linha mais consumidor “cabeça feita”, será valorizado pelos amigos e conhecidos por sua autenticidade, sem competir com ninguém, nem desmerecer a individualidade dos outros!
Costumamos acreditar na lenga-lenga dos “astros” da propaganda de forma muito ingênua. Pense, por exemplo, naquela estrela da TV que se destaca por sua elegância e sofisticação na telinha, aquela uma que destila finesse nas páginas das revistas dos chiques e famosos. O que essa celebridade diria se fosse 100% honesta sobre um certo produto ou serviço que está promovendo no comercial de televisão?
Atenção: a postura de boa parte dos estrelados formadores de opinião da mídia aberta é altamente incoerente. Muitos ganham polpudos cachês artísticos, que lhes dão acesso financeiro a um padrão de consumo luxuoso de verdade, justamente aquele que padrão ostentam perante o grande público para construir a imagem de sua persona. No entanto, em caprichados comerciais de TV, nos recomendam produtos e serviços um tanto quanto triviais. Alguns até meio “chinfrins”, para ser sincero.