Se você é pai ou mãe, com certeza deseja dar tudo do melhor ao seu filho, não é mesmo? E isso inclui proporcionar MUITOS brinquedos.
Para os pais que trabalham fora e se ausentam por estarem correndo atrás de uma melhor condição financeira, muitas vezes há essa compensação de dar cada vez mais e mais coisas materiais, como brinquedos, tablets, eletrônicos e roupas de marca.
Mas compensar a ausência e um baixo envolvimento com bens materiais não é uma dinâmica interessante para sua família!
“O seu exemplo me fala tão alto que não consigo ouvir o que você me diz“! Esta é a mensagem que muitos de nossos filhos gostariam de poder nos dizer, se soubessem se expressar com toda essa sabedoria. Se você é comprista, consumista, se você dá muito valor à dimensão financeira e material da sua vida, frequentemente subjugando as pessoas (até você mesmo!) para ter maior acesso às coisas, esta postura será rapidamente lida, apreendida e imitada por seu filho. Daí, não adianta vir com “discurso educativo”.
Portanto, se quer filhos menos materialistas, mire-se antes no espelho, questione sua própria postura de vida, corrija seus próprios rumos como consumidor, e parta para a boa educação do desapego dosado e responsável rumo à prosperidade equilibrada, duradoura, sustentável e solidária. Não vai nem precisar de “sermão” para funcionar!
Seu filho não quer mais coisas, ele quer mais tempo, quer mais do seu tempo. Não use o argumento de que você não tem tempo para ele, porque seu tempo está todo vendido tentando angariar dinheiro para comprar coisas… para ele! Se quer seu filho verdadeiramente próximo do seu coração, isso não vai colar.
Persiga, isso sim, o caminho contrário: trabalhando um pouco menos e, ok, também ganhando um pouco menos (se você tiver a mínima chance de recalibrar sua dinâmica profissional), tente comprar de volta parte do seu tempo para entregá-lo de forma livre, leve e solta a seu filho. Jogue-se com ele no chão, brinquem e rolem juntos! Tempo de vida conjunta é o principal esteio da ponte de amor que vocês querem (e precisam!) edificar para sempre entre seus corações.
Ao invés de levar seu filho com tanta frequência a shoppings e lojas de brinquedos, leve-o para visitar alguns lugares inusitados. Leve seu filho ao ferro velho, para observar as carcaças daqueles objetos de tanta cobiça anos atrás. Leve seu filho ao lixão, para ele se dar conta do que viraram hoje aquelas coisas todas que ontem eram anunciadas pela propaganda com tanta ênfase. Leve seu filho ao cemitério, para mostrar-lhe o pó em que todos nós um dia havemos de nos transmutar. Troque “mais um brinquedo” por um novo LIVRO. Cuidado ao incentivar os “colecionáveis” (aqueles brinquedos que exigirão “mais e mais” acessórios ou uma nova ida ao shopping). Cuidado com os comerciais durante a programação infantil (acompanhe o que está sendo veiculado). Por fim, leve seu filho a um jardim, num dia de sol, para que ele veja a beleza das flores que o bom Deus sustenta, e aponte-lhe o céu, onde há de viver sua alma por toda a eternidade!