Mundo
A semana contou com os mercados internacionais animados pelos dados inflacionários divulgados pelos EUA. Com expectativa de um nível de preços sem variação em dezembro de 2022, os investidores receberam a boa notícia de uma pequena deflação (-0,1%), dando sinais de que o órgão monetário do país pode agir de maneira menos agressiva num futuro próximo.
O núcleo da inflação, composto por itens cujo as vendas respondem mais à variação de preços (todos excluindo alimentação e fontes de energia), variou conforme o previsto e ficou em 0,3%. O setor de alimentação ficou no mesmo patamar, com a queda sendo puxada pela variação de -4,5% nos itens de energia. Gasolina e óleo diesel variaram respectivamente -9,4% e -16,6% no mês.
A inflação abaixo do esperado dá sinais de que a política contracionista do FED (Banco Central Americano) pode de fato atingir o desejado “pouso suave”, reduzindo a inflação sem causar grandes danos econômicos. As solicitações de seguro desemprego reforçam a ideia, com o dado divulgado ficando 4,7% abaixo do esperado.
Desempenho dos índices ao longo da semana:
- S&P 500: 2,11%
- Dow Jones: 1,74%
- Nasdaq: 3,48%
- STOXX 600: 1,84%
- B3: 1,93%
- Dólar: -2,56% (R$5,09)
Brasil
A “prévia do PIB (Produto Interno Bruto)” divulgada pelo Banco Central trouxe um recuo da atividade econômica maior que o esperado para novembro de 2022. Com variação de -0,55% perante expectativas de -0,30%, o acumulado em 12 meses está em 3,15%.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para dezembro divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também decepcionou, ficando 0,17% acima do esperado e fechando em 0,62%. Com isso, o ano de 2022 encerrou com variação do nível de preços de 5,79%, acima do teto de 5% estipulado pelo Banco Central.
A conta de Vestuário foi a que apresentou maior inflação ao longo do ano: 18,02%. Alimentação e bebidas, por sua vez, subiu 11,64%.
Inconsistências nos balanços da Americanas
O mercado de ações brasileiro sofreu um baque de quarta para quinta-feira desta semana: O CEO recém assumido Sergio Rial deixou a companhia Americanas após anunciar “inconsistências contábeis” de pelo menos R$20 bi. Desde então, as ações da empresa despencaram mais de 70% diante da piora do endividamento e da perda de reputação.
Os valores teriam sido classificados erroneamente ao longo dos últimos anos na conta “Fornecedores”, enquanto deveriam constar em “Empréstimos e Financiamentos”. A distorção foi feita por meio de uma ótica incorreta sobre as operações de compra a prazo da empresa, ocultando o fato de que recorreu a bancos para postergar seus pagamentos a fornecedores e apresentando a investidores dados de endividamento menores que a realidade.
Fontes: TradingView, Investing.com, BP Money, InfoMoney, FED, FGV, IBGE, Bacen, CNN, Uol, BM&C News, G1, Reuters, Valor Econômico, BBC, S&P, CNN, Bloomberg, UOL.