Mundo
Os dados inflacionários vindos dos EUA finalmente trouxeram boas notícias, com a variação do nível de preços fechando outubro em 0,4%. O resultado é 0,2p abaixo do consenso de mercado e reduziu o acumulado em 12 meses de 8,2% para 7,7%. O mercado de trabalho do país, por outro lado, desacelerou. As solicitações de seguro desemprego ficaram 2,3% acima do esperado, enquanto o salário real variou -0,1%. Por fim, a confiança do consumidor mensurada pela Universidade de Michigan recuou de 56,2 para 52,7. Desta forma, a demanda deve começar a esfriar e pressionar a inflação com menos intensidade.
A expectativa de mercado é que essa mudança permita ao FED - banco central americano - elevar seus juros de maneira menos abrupta, passando a adotar movimentos de 0,50p nas próximas reuniões ao invés dos 0,75p adotados recentemente. As novas projeções reduziram os juros de títulos americanos e favoreceram ativos de risco como ações.
Na China, os dados fracos de exportações em outubro (queda de 0,3%) receberam menos atenção que a nova postura diante do crescimento de casos de COVID. Com a diretriz de minimizar os impactos econômicos da contenção do vírus, novas regras com menor tempo de isolamento foram aplicadas e empolgaram os investidores, dando continuidade à subida de preços do minério de ferro.
O cenário internacional favorável convergiu na Europa com bons dados de atividade. A produção industrial britânica cresceu 0,2% em setembro, enquanto as projeções apontavam para variação de -0,2%. O PIB do mesmo país recuou 0,2% no terceiro trimestre, menos que os 0,5% esperados.
A indústria alemã também surpreendeu, crescendo 0,6% em setembro e superando as projeções em 0,4p. A inflação na maior economia europeia segue alta, mas foi apresentada exatamente como o consenso de mercado: 0,9% em outubro e 10,4% em 12 meses. A Zona do Euro como um todo também trouxe bons resultados, com a queda do varejo em 12 meses recuando de -1,4% para -0,6%. Apesar de negativo, o dado deve ser analisado levando em consideração ter como referência um período anterior à invasão russa à Ucrânia.
Desempenho dos índices ao longo da semana:
S&P 500: 4,98%
Dow Jones: 3,20%
Nasdaq: 7,56%
STOXX 600: 3,98%
B3: -4,70%
Dólar: 5,37% (R$5,32)
Brasil
O cenário doméstico é de notícias mistas, com atividade positiva, mas inflação voltando a aparecer. O varejo cresceu 1,1% no mês de setembro, muito acima dos 0,2% esperados. Em 12 meses, o crescimento é de 3,2%. O setor de serviços foi na mesma direção, crescendo 0,6p acima do esperado e fechando o mês em 0,9%. A variação em 12 meses já é de 9,7%.
A inflação, em contrapartida, voltou a dar sinal após meses de calmaria gerados por cortes de impostos sobre combustíveis e serviços essenciais. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mensurado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ficou em 0,59% em outubro, 0,11p acima do projetado e elevando o acumulado em 12 meses para 6,47%. Essa divulgação aliada à postura do governo de transição causou uma semana preocupante para investidores, levando a uma queda que tem sido parcialmente recuperada nesta sexta-feira. Empresários e investidores tem reclamado da não indicação de um líder para a pasta econômica, além de considerarem preocupantes os comentários de governistas acerca da política fiscal.
Eleições para o Congresso ocorre nos EUA
A votação pelas vagas do Congresso e por 1/3 das vagas do Senado dos EUA ocorreu na terça-feira (08), com a apuração ainda ocorrendo ao fim desta semana. Era esperada uma grande vantagem do Partido Republicano, oposição ao governo Biden. Entretanto, a projeção se concretizou apenas parcialmente, com a tendência de que o Partido Democrata mantenha maioria no Senado. Para a Câmara, os Republicanos já confirmaram 211 congressistas e devem conseguir as 218 cadeiras necessárias para formar maioria e forçar o governo vigente a negociar mais com a oposição.
Fontes: TradingView, Investing.com, BP Money, InfoMoney, FED, FGV, IBGE, Bacen, CNN, Uol, BM&C News, G1, Reuters, Valor Econômico, BBC, S&P, CNN, Bloomberg, UOL.