Mundo
O mercado de trabalho dos Estados Unidos segue sem dar sinais de desaceleração, pressionando as autoridades monetárias a seguir elevando os juros. Foram criados 263 mil novos empregos não agrários, segundo a Secretaria de Trabalho do país, superando as projeções em 13 mil e derrubando a taxa de desemprego de 3,7% para 3,5%. O salário, por hora, cresceu 0,3% em setembro, conforme as projeções e as horas semanais se mantiveram estáveis. Desta forma, o mercado prevê que a pressão inflacionária seguirá forte, uma vez que a massa salarial e demanda agregada seguem crescendo. A expectativa de agentes de mercado, mensurada pelo PMI (Purchasing Managers' Index) do S&P Global, também mostra um nível de atividade maior, com o índice composto subindo de 44,6 para 49,5.
Na Europa, as tensões da política internacional seguem afetando negativamente a economia. O PMI agregado da Zona do Euro recuou de 48,9 para 48,1, muito influenciado pelo aumento contínuo de preços. A inflação ao produtor da região bateu 5,0% em agosto, 0,1p acima do esperado e fechando 43,3% em 12 meses. A Alemanha, maior economia do continente, viu sua produção industrial recuar 0,8% no mesmo mês, uma queda acima do -0,5% esperado. Como consequência, a balança comercial alemã recuou de saldo positivo de €4,0 bilhões para €1,2 bilhões.
Na China, a semana comemorativa da fundação da República Popular adiou a divulgação de indicadores, mas relatos do jornal South China Morning Post indicam que a chamada “prosperidade comum” deve ser definida como objetivo estratégico no próximo congresso do Partido Comunista, criando expectativas de gastos sociais maiores por parte do gigante asiático.
Desempenho dos índices ao longo da semana:
S&P 500: 1,30%
Dow Jones: 1,55%
Nasdaq: 0,56%
STOXX 600: 1,38%
B3: 6,69%
Dólar: -3,68% (R$5,21)
Brasil
A economia doméstica segue seu roteiro recente: desaceleração da inflação e recuperação parcial da atividade. O IGP-DI (Índice Geral de Preços/Disponibilidade Interna) da FGV (Fundação Getúlio Vargas) apresentou deflação acima do esperado mais uma vez, com variação de -1,22% em setembro diante de projeções de -0,85%. Destaca-se a queda de 0,29% nos preços dos alimentos, grupo que contou com aumento de 11,62% em 12 meses.
A sequência de indicadores apresentando desaceleração da inflação leva a novas projeções de mercados. O Relatório Focus do Banco Central mostra que as expectativas dos agentes econômicos para o IPCA (Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano recuaram pela 14ª semana consecutiva, com a mediana indo de 5,88% para 5,74%.
Paralelamente, a atividade industrial e de varejo variaram respectivamente -0,6% e -0,1% em agosto. Apesar do recuo, os dados estão próximos das projeções e não anulam o crescimento recente. O acumulado em 12 meses é de 2,8% para a indústria e 1,6% para o varejo.
Biden alerta para risco de “Armagedom” nuclear
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (6/10) acreditar que o Vladimir Putin “não está brincando” ao ameaçar o uso de armas nucleares na Ucrânia. Segundo Biden, o líder russo estaria acuado pelo desempenho abaixo do esperado por parte de seu exército, que segue acumulando perdas territoriais nas regiões previamente ocupadas.
“Não enfrentamos a perspectiva de um Armagedon desde Kennedy e a crise dos mísseis cubanos [...] temos uma ameaça direta do uso de armas nucleares se, de fato, as coisas continuarem no caminho que estão seguindo”, declarou Biden.
A Ucrânia segue sua contraofensiva sobre as províncias recém anexadas de Zaporizhzhia, Kherson, Donetsk e Luhansk, elevando o receio de uso de armas de destruição em massa por parte da Rússia sob o argumento de estar defendendo o que agora seria seu território.
Fontes: TradingView, Investing.com, BP Money, InfoMoney, FED, FGV, IBGE, Bacen, CNN, Uol, BM&C News, G1, Reuters, Valor Econômico, BBC, S&P, CNN, Bloomberg, UOL.
Edição 07/10/2022