Mundo
A inflação deu novos sinais de força nos mercados dos EUA e da Europa ao longo da semana. O dado referente ao consumidor alemão foi de elevação de preços de 1,9% em setembro, acima da expectativa de 1,3%. Em 12 meses, a maior economia da Europa já acumula inflação de 10,0%. Com França apresentando deflação mensal, o agregado da Zona do Euro ficou em 1,2%, ainda acima da projeção de 0,9%. O acumulado de 12 meses também está em 10,0%. O descontrole dos preços afeta fortemente o humor dos agentes econômicos. O indicador de negócios na Alemanha, medido pelo instituto Ifo, recuou mais que o esperado, indo de 88,6 para 84,3 e se aprofundando seu patamar negativo (abaixo de 100,0).
Nos EUA, a economia segue aquecida, com as pessoas gastando muito e pressionando a inflação. O mercado imobiliário trouxe dados fortes em agosto com crescimento de 28,8% nas vendas de novas casas apesar dos aumentos nos juros ocorridos. Apesar disso, os preços das propriedades variaram -0,6% em julho, indicando que os vendedores precisaram se ajustar diante das maiores dificuldades de financiamento.
O mercado de trabalho também surpreendeu, com queda de 7,6% nas solicitações de seguro desemprego, quando se esperava aumento de 2,9%. Ao mesmo tempo, a confiança do consumidor cresceu de 103,6 para 108,0. Com o patamar neutro de 100,0, era esperada uma divulgação em 104,5. Com a manutenção de empregos e confiança em alta, os consumidores continuam elevando seus gastos à medida que a inflação atinge os mercados. O indicador de gastos pessoais nos EUA mensurado pelo Departamento de Comércio apontou para crescimento de 0,4%, acima dos 0,2% esperados. O órgão divulgou ainda a variação de preços ao consumidor, com crescimento de 0,6% na conta que exclui combustíveis e alimentos. Estando 0,1p acima do esperado, o dado é uma nova sinalização de inflação acelerada.
Desempenho das bolsas ao longo da semana:
S&P 500: -1,13%
Dow Jones: -1,44%
Nasdaq: -0,80%
STOXX 600: -0,19%
B3: -1,73%
Dólar: 2,92% (R$5,41)
Brasil
No cenário doméstico, por sua vez, a inflação parece estar controlada. Um novo dado foi divulgado com deflação acima do esperado, desta vez o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) de setembro. Com variação de -0,95%, o índice ficou 0,09p abaixo das projeções de mercado e fechou 12 meses em 8,25%. Os alimentos também apresentaram deflação este mês, caindo 0,34%. Da mesma forma, os agentes de mercado seguem prevendo uma inflação menor ao fim do ano. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) projetado para o fim de 2022 caiu 0,12p no Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central esta semana, chegando a 5,88%.
A geração de empregos também trouxe boas notícias, com saldo de 278 mil empregos gerados em agosto segundo o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Apesar de todos os setores fecharem o mês positivo, os serviços geraram mais de 140 mil postos de trabalho, mais do que indústria, agricultura e comércio juntos. Esses dados refletem no humor do consumidor: o índice da FGV (Fundação Getúlio Vergas) para o quesito subiu de 83,6 para 89,0, mas ainda se mantém no patamar negativo (abaixo de 100,0).
Rússia anexa territórios ucranianos oficialmente
Vladimir Putin oficializou a anexação das Zaporizhzhia, Kherson, Donetsk e Luhansk nesta sexta-feira (30/8). Correspondendo a 15% do território ucraniano, trata-se de toda a costa sudeste do país invadido, formando um caminho terrestre até a península da Crimeia, que deve facilitar sua integração e manutenção de uma linha de suprimentos. Apesar de não ter legitimidade reconhecida internacionalmente, a anexação eleva as tensões, uma vez que a Rússia pode passar a usar mais força bélica na região sob justificativa de defender a população considerada russa.
Fontes: TradingView, Investing.com, BP Money, InfoMoney, FED, FGV, IBGE, Bacen, CNN, Uol, BM&C News, G1, Reuters, Valor Econômico, BBC, S&P, CNN, Bloomberg, UOL.
Edição 30/09/2022