Mundo
Os mercados europeus apresentaram dados positivos ao longo da semana, mostrando uma recuperação da economia da região em período de guerra e embargo ao seu maior fornecedor de commodities energéticas. Maior economia da Europa, a Alemanha viu seu PIB (Produto Interno Bruto) crescer 0,4% no terceiro trimestre, 0,1p acima do esperado. O humor dos agentes econômicos da indústria do país também melhorou, com o PMI - indicador que mede a atividade econômica - subindo de 45,1 para 46,7 quando se esperava um recuo. Outro indicador de humor de mercado, as expectativas para negócios do instituto IFO subiram de 75,9 para 80,0.
O cenário mostra resiliência por parte da Europa, que parece ter estabilizado a escalada de preços que sucedeu o início das tensões com a Rússia. O nível de preços aos produtores alemães recuou 4,2% em outubro diante da expectativa de nova alta. Apesar da deflação mensal, o acumulado de 12 meses ainda está em impressionantes 34,5%.
Nos Estados Unidos, os dados mistos indicam que as altas de juros têm afetado a economia real, com as solicitações de seguro desemprego subindo 7,6% quando se esperava estabilidade. No setor imobiliário, as permissões para novas construções variaram -3,3%, uma queda maior que o antecipado. Por outro lado, as vendas de novas casas cresceram 10,5% no mês de outubro, quando se esperava uma leve queda.
Desta forma, os investidores se mantêm atentos às movimentações do Federal Reserve - Banco Central America, que deve tomar uma nova decisão de aumento de juros na metade de dezembro. A expectativa que a magnitude seja menor que os aumentos anteriores, com mercado esperando 0,50p.
“Uma maioria substancial dos participantes julgou que uma desaceleração no ritmo de aumento provavelmente seria apropriada em breve. As defasagens e magnitudes incertas associadas aos efeitos das ações de política monetária sobre a atividade econômica e a inflação estão entre as razões citadas sobre a importância dessa avaliação”, manifestou, em ata, o Federal Reserve.
Por fim, a China causou apreensão no mercado ao divulgar alta de casos de COVID, derrubando os preços de minério de ferro. Posteriormente, o governo chinês reduziu a taxa de depósito compulsório de seus bancos, injetando bilhões de dólares na economia por meio de crédito e animando os mercados novamente.
Desempenho dos índices ao longo da semana:
S&P 500: 1,76%
Dow Jones: 2,01%
Nasdaq: 0,69%
STOXX 600: 1,97%
B3: -0,07%
Dólar: 0,53% (R$5,40)
Brasil
A economia brasileira volta a apresentar inflação, ainda que levemente abaixo das expectativas. Com um IPCA-15 (meio de mês) em 0,53%, o indicador ficou 0,03p abaixo das projeções e reduziu o acumulado em 12 meses de 6,85% para 6,17%.
A conta de transportes voltou a subir após meses de redução causada pelos cortes nos impostos estaduais, enquanto os preços de vestuário, cuidados pessoais e artigos de residência seguem puxando a inflação para cima. A dinâmica atual indica que o aumento de custos represados pelos produtores tem sido repassado ao consumidor em meses recentes.
A confiança do consumidor mensurada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostra que o humor da população está piorando, trazendo um recuo de 88,6 para 85,3.
“Passado o efeito das transferências de renda, os consumidores de baixa renda voltam a se sentir menos satisfeitos sobre a situação financeira familiar e revisar suas expectativas para baixo nos próximos meses. Mesmo com uma queda das perspectivas sobre a inflação e um efeito ainda positivo no mercado de trabalho há um aumento do pessimismo sobre as finanças familiares nos próximos meses”, disse Viviane Seda, Coordenadora de Sondagens da FGV.
Fontes: TradingView, Investing.com, BP Money, InfoMoney, FED, FGV, IBGE, Bacen, CNN, Uol, BM&C News, G1, Reuters, Valor Econômico, BBC, S&P, CNN, Bloomberg, UOL.