Mundo
A economia dos EUA deu novos sinais de aquecimento, com dados de emprego e do setor imobiliário apresentando atividade acima do esperado. O número de solicitações de seguro-desemprego recuou 1,8% quando se esperava estabilidade. As permissões para construção e o início efetivo das mesmas recuaram respectivamente 2,4% e 4,2%. Apesar disso, o mercado esperava valores ainda inferiores diante da alta contínua dos juros das hipotecas. Os dados dão margem para um novo aumento de juros por parte do FED (Banco Central Americano), com os investidores especulando se este será novamente em 0,75p.
Na Europa, os dados inflacionários seguem preocupando. A variação de preços ao consumidor do Reino Unido foi de 2,0% em outubro, 0,3p acima do esperado e fechando 12 meses em 11,1%. Na Zona do Euro, o nível de preços variou conforme o projetado: 1,5% no mês e 10,6% em 12 meses.
A produção industrial da região cresceu 0,9% em setembro, superando as expectativas em 0,6p atingindo 4,9% em 12 meses. Isso possibilitou que o PIB (Produto Interno Bruto) do bloco crescesse os 0,2% esperados para o trimestre, chegando a 2,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A melhora das condições refletiu no termômetro de humor econômico ZEW. O índice alemão subiu de -59,2 para -36,7, mostrando que os agentes econômicos têm lidado melhor com os obstáculos impostos pela guerra na Ucrânia.
Por fim, a China trouxe dados de atividade abaixo do esperado. Ainda sofrendo com fortes restrições visando o combate a infecções por COVID, o varejo do país recuou 0,5% em 12 meses quando era projetado crescimento de 1,0%. A indústria sofreu menos, mas ainda ficou 0,2p abaixo das expectativas e cresceu 5,0%.
Desempenho dos índices ao longo da semana:
S&P 500: -1,17%
Dow Jones: -0,47%
Nasdaq: -1,65%
STOXX 600: 0,22%
B3: -2,90%
Dólar: 0,60% (R$5,37)
Brasil
No mercado doméstico, a atividade econômica mensurada por meio do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) decepcionou ao apresentar crescimento de apenas 0,05% em setembro. A mediana das projeções de mercado era de 0,20%.
Com relação à inflação, o IGP-10 (Índice Geral de Preços) para novembro demonstra como deve ser a dinâmica deste fim de ano. A deflação apresentada foi da magnitude de 0,59%, puxada pelos preços ao produtor (-0,98%). O nível de preços ao consumidor subiu 0,67%, influenciado pelo tomate (18,15%), batata inglesa (16,22%) e passagem aérea (7,96%).
Cenário fiscal brasileiro preocupa
As contas públicas para os próximos anos são motivo de preocupação aos investidores. Com o governo eleito buscando expandir os gastos sociais e retirar o principal benefício do teto de gastos, o temor de descontrole da dívida afasta do mercado brasileiro o capital internacional.
O banco Citi, por exemplo, recalculou suas projeções para o Brasil e estima que a dívida pública deve chegar a 89% do PIB ao fim do próximo mandato.
“Esperamos que o tamanho e duração (da PEC) sejam diluídos durante as negociações (no Congresso). No entanto, como há outras medidas que Lula tentaria aprovar nos anos seguintes, os riscos fiscais permaneceriam”, revelou o Relatório do Citigroup.
Além das informações oficiais, a cotação do dólar e os juros negociados para financiar a dívida pública têm sido afetados por comentários que demonstram pouco caso com a questão fiscal e com a especulação de nomes pouco respeitados pelo mercado para cargos relacionados às finanças públicas.
Fontes: TradingView, Investing.com, BP Money, InfoMoney, FED, FGV, IBGE, Bacen, CNN, Uol, BM&C News, G1, Reuters, Valor Econômico, BBC, S&P, CNN, Bloomberg, UOL.