Mundo
A inflação ao consumidor dos EUA segue acelerada. O dado para agosto foi divulgado com elevação no nível de preços no montante de 0,1%, alcançando 8,3% em 12 meses. Era esperada uma variação de -0,1% para o mês, com a divulgação frustrando o mercado. Os indicadores de atividade mostram que a demanda deve continuar alta. O volume de solicitações de seguro desemprego para a semana passada foi 5,75% abaixo do esperado, mostrando a manutenção de um mercado de trabalho aquecido.
O varejo também trouxe dados acima do esperado, com crescimento de 0,3% em agosto diante das projeções de 0,2%. Por fim, os índices de sentimento e expectativas do consumidor mensurados pela Universidade de Michigan mostram melhora no humor econômico da população. Ambos os dados cresceram e se aproximam dos 60,0 pontos em uma escala que o patamar neutro é de 50,0.
A produção chinesa fechou a semana com dados mistos. A indústria do país cresceu 4,2% em agosto em comparação ao ano anterior, acima dos 3,8% esperados. Por outro lado, os preços de novas casas caíram 1,3%, diminuindo o ímpeto de um mercado imobiliário já instável. A perspectiva de menos construções chinesas afetou as cotações de minério de ferro imediatamente.
A economia da Europa Ocidental segue sendo afetada pela falta de commodities do leste europeu. A inflação do Euro foi de 0,6% em agosto, 0,1p acima do esperado. Em 12 meses, a inflação da Zona do Euro já alcança 9,1%. A crise energética da região também afeta a produção industrial, com uma variação de -2,3% em julho. A queda superou por muito as projeções de -1,0%.
O mesmo ocorreu no Reino Unido, onde a produção industrial caiu 0,3% no mês. Apesar de uma queda menor, esperava-se um crescimento de 0,4%. O varejo do país também foi afetado, com uma queda de 1,6% em agosto. Ficando 1,1p abaixo do esperado, as vendas já são 5,4% menores do que eram há 12 meses.
Ao longo da semana:
S&P 500: -5,84%
Dow Jones: -5,20%
Nasdaq: -7,10%
B3: -2,93%
Dólar: +2,76% (R$5,29)
Brasil
O Relatório Focus divulgado pelo Banco Central mostra que as expectativas para o mercado brasileiro seguem melhorando. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) esperado para o fim de 2022 caiu 0,21p para 6,40%. O PIB (Produto Interno Bruto) projetado também melhorou, saindo de perspectiva de crescimento de 2,26% para 2,39%.
Os dados divulgados ao longo da semana intensificam o otimismo. O IGP-10 (Índice Geral de Preços) para o início de setembro trouxe uma deflação ainda maior que o esperado: -0,9% versus projeção de -0,4%. O IBC-Br, (Índice de Atividade Econômica), por sua vez, apresentou um crescimento na atividade econômica muito acima do esperado. Enquanto a mediana do mercado apontava para 0,30%, o indicador do Banco Central apresentou crescimento econômico de 1,17%.
La Niña pode ocorrer pelo terceiro ano consecutivo
A Organização Meteorológica Mundial alerta que a probabilidade de ocorrência do fenômeno La Niña até novembro é de 70%. A oscilação climática que eleva as temperaturas da faixa central do Oceano Pacífico afeta principalmente o clima das Américas, trazendo secas e chuvas extremas. A Aon, empresa britânica de gestão de riscos, estima que os danos com catástrofes climáticas chegaram a US$268 bilhões e US$329 bilhões nos anos de 2020 e 2021 respectivamente.
Ameaça de greve ferroviária nos EUA
Sindicatos de trabalhadores ferroviários passam por longas reuniões com a Secretária do Trabalho do governo dos Estados Unidos em busca de melhores salários e condições de trabalho. Ameaçando uma paralisação que traria impactos significativos nos preços em um momento de alta inflação e baixíssimo desemprego, os representantes dos trabalhadores têm conseguido avanços nas conversas.
“Sem finais de semana, sem feriados, demissões por doença ou por ir a funerais, 3 fatalidades de trabalhadores em 10 dias. Ninguém deveria ser obrigado a aceitar essas condições de trabalho intoleráveis”, diz um representante de um sindicato baseado em San Francisco.
Fontes: TradingView, Investing.com, BP Money, InfoMoney, FED, FGV, IBGE, Bacen, CNN, Uol, BM&C News, G1, Reuters, Valor Econômico, BBC, S&P, CNN, Bloomberg, UOL. Edição 16/09/2022.