Mundo
A semana contou com a divulgação de indicadores inflacionários em algumas das principais economias do mundo, apontando para uma tendência geral de desaceleração dos preços. Na Alemanha, a variação do nível de preços aos consumidores foi de -0,5%, seguindo as projeções de mercado e fechando 12 meses em 10,0%. Os dados do Reino Unido foram mais altos, ainda que abaixo das expectativas de mercado. A inflação de novembro foi de 0,4%, 0,2p abaixo do esperado. No agregado em 12 meses o indicador recuou de 11,1% para 10,7%.
A desaceleração da inflação ocorre enquanto os órgãos de política monetária elevam as taxas de juros ao redor do mundo visando estabilizar os preços. O movimento segue acontecendo, com o Bank of England tendo aumentado sua taxa base em 50 pontos e chegando a 3,5%. O mesmo ocorreu com a taxa do Banco Central Europeu, que foi de 2,0% para 2,5%.
Nos Estados Unidos, a inflação mensal de 0,1% ficou abaixo das expectativas, levando o indicador acumulado a 7,1% a partir dos 7,7% do mês anterior. A divulgação também ocorreu em semana de decisão monetária, com o FED elevando sua taxa de juros de 4,0% para 4,5%. Apesar de desacelerar seu ritmo de elevação de 75 para 50 pontos por reunião, os comentários do comitê trouxeram um tom duro, indicando que o órgão pode seguir aumentando os juros além do planejado inicialmente.
Por fim, os dados da economia chinesa para novembro decepcionaram tanto no varejo quanto na indústria. No primeiro caso, a variação em 12 meses foi de -5,9%, mais de 2,0p abaixo do esperado. A indústria, por sua vez, cresceu 2,2%, mas ficou abaixo dos 3,6% esperados. A decepção com a produção chinesa aliada à possibilidade de juros maiores no Ocidente trouxe o mau humor de volta para os mercados, que oscilaram e passaram a cair ao longo da semana.
Desempenho dos índices ao longo da semana:
S&P 500: -2,61%
Dow Jones: -2,39%
Nasdaq: -2,98%
STOXX 600: -3,21%
B3: -4,84%
Dólar: -0,36% (R$5,27)
Brasil
Os dados de atividade econômica e de preços decepcionaram no Brasil. O IBC-Br, conhecido como a prévia do PIB feita pelo BACEN, foi divulgado em –0,05% para outubro. A pequena queda fica muito abaixo da expectativa de crescimento de 0,50% trazida pelos agentes de mercado.
O indicador inflacionário IGP-10 foi divulgado pela FGV em 0,36%. O valor ficou muito acima da projeção mediana (-0,6%) e foi puxado para cima pela conta ao consumidor, que variou 0,58%. Cebola e tomate foram os itens que mais encareceram, subindo respectivamente 30,22% e 19,87%. O preço médio da gasolina subiu 1,82%.
Suspeita de fraude envolvendo vazamento de dados inflacionários dos EUA
Um pico no volume de negociações elevou os índices das bolsas norte americanas em cerca de 1% a menos de um minuto da divulgação oficial dos dados de inflação ao consumidor dos EUA. O movimento levantou suspeitas de vazamento de informações privilegiadas a agentes de mercado, possibilidade que foi prontamente afastada pela Casa Branca. Ainda assim, agências de notícias do setor e profissionais especializados olham atentamente para o caso, considerado incomum.
“Atividades de negociações que antecedem notícias que mudam o mercado são suspeitas e dignas de inquéritos por agências reguladoras. Isso é incomum, especialmente levando em conta a redução da inflação que foi divulgada além do antecipado pelo mercado. Alguém provavelmente deve averiguar isso, seja inocente ou não", disse Jerome Selvers, presidente do setor de aplicação regulatória de valores da Pashman Stein.
Fontes: TradingView, Investing.com, BP Money, InfoMoney, FED, FGV, IBGE, Bacen, CNN, Uol, BM&C News, G1, Reuters, Valor Econômico, BBC, S&P, CNN, Bloomberg, UOL.