Mundo
A pressão da demanda nos EUA se concretizou em inflação maior que o projetado. A elevação do nível de preços ao consumidor foi de 0,40% em setembro, 0,2p a mais que o esperado. A economia americana já acumula inflação de 8,20% em 12 meses. A elevação ocorre apesar do recuo dos preços de combustíveis, que puxaram a categoria “Energia” para -2,10%.
A inflação ao produtor também surpreendeu negativamente, com os mesmos 0,4% e 0,2p acima do esperado. Em 12 meses, os produtores norte-americanos já pagam 8,5% a mais pelos bens e serviços necessários para suas operações.
A maior economia do mundo vem sofrendo para controlar sua inflação, elevando a taxa de juros e causando desaceleração das atividades. Ainda assim, há poucos sinais de uma redução na demanda. As solicitações de seguro desemprego, por exemplo, cresceram 4% esta semana e indicam que o desemprego deve continuar no patamar historicamente baixo. A confiança dos consumidores, por sua vez, subiu de 58,6 para 59,8, o que pode indicar maior propensão ao consumo mesmo com preços elevados.
Na Europa, a produção industrial de agosto ficou 0,9p acima do projetado e cresceu 1,5%. O dado leva o crescimento em 12 meses a 2,5% e dá ânimo à economia europeia em meio à crise energética. No Reino Unido, as manufaturas foram na direção oposta e reduziram sua produção em 1,6% quando era projetado crescimento de 0,2%. O resultado levou a um PIB estimado 0,3% menor em um mês que se esperava estabilidade.
Desempenho dos índices ao longo da semana:
S&P 500: -1,34%
Dow Jones: 1,73%
Nasdaq: -2,68%
STOXX 600: 0,20%
B3: -2,51%
Dólar: 2,47% (R$5,31)
Brasil
No caso brasileiro, o recuo de preço de combustíveis tem sido de magnitude suficiente para levar a uma deflação. Enquanto a categoria variou -8,50% em setembro, o IPCA para setembro foi de -0,29%. Com o terceiro recuo seguido, o índice do mês surpreendeu com a queda nos preços de alimentos: -0,51%.
O setor de serviços também trouxe boas notícias. O crescimento para agosto foi de 0,7%, 0,5p acima do esperado e fechando 12 meses em 8,0%. O setor é de grande relevância para a economia nacional uma vez que gera a maior parte dos empregos do país.
Governo britânico abandona projeto de corte de impostos
Liz Truss, primeira-ministra do Reino Unido, anunciou hoje (14/10) em coletiva que seu governo não realizará a redução de impostos prevista inicialmente. A decisão ocorreu após a péssima reação dos mercados ao rombo fiscal que seria causado nas contas públicas, levando a libra esterlina a um patamar próximo ao dólar.
“Minha convicção é que temos que crescer e essa missão permanece, mas a abordagem muda. Temos que agir para controlar os mercados, por isso eu decidi manter os impostos. Minha prioridade é dar a estabilidade econômica que esse país precisa”, disse Liz Truss, em coletiva de imprensa.
Fontes: TradingView, Investing.com, BP Money, InfoMoney, FED, FGV, IBGE, Bacen, CNN, Uol, BM&C News, G1, Reuters, Valor Econômico, BBC, S&P, CNN, Bloomberg, UOL.
Edição 14/10/202