3 BENEFICIOS INOVADORES PARA MANTER TALENTOS EM 2025
Assim como a receita de um bolo não começa na cozinha, o processo de retenção também não começa quando o colaborador já está dentro da empresa. Ambos vão além desses passos. Escolher a receita que se quer seguir, comprar os ingredientes certos para que tudo transcorra bem, e garantir que se tenha onde assar o bolo são os primeiros passos. Mas, muitas vezes, fazemos isso no automático, sem nem perceber. O mesmo acontece com o processo de retenção: ele começa na contratação e, se formos mais além, na divulgação e na descrição da vaga. Se o objetivo é reter talentos, a contratação se torna fundamental. Imagine contratar uma pessoa extremamente qualificada tecnicamente para a posição oferecida, mas cuja experiência anterior sempre foi focada na execução, no técnico. Agora, essa pessoa é colocada para liderar uma equipe. Nesse caso, não basta analisar apenas o perfil técnico ou as capacidades de liderança dessa pessoa. É preciso olhar também para a equipe que ela vai coordenar, entendendo as dinâmicas e desafios do grupo. Em resumo, reter talentos exige uma visão ampla e integrada, que considere vários ângulos ao mesmo tempo. A gestão de pessoas precisa acompanhar de perto todo esse processo e buscar formas, tanto diretas quanto indiretas, de tornar o ambiente de trabalho agradável. É aí que entram os benefícios, que devem ser estratégicos e oferecidos nos momentos certos, de acordo com a necessidade e o contexto de cada situação. Vamos trazer 3 Benefícios importantes para reter talento, não vamos nem abordar os comuns, como plano de saúde, salário compatível com o mercado ou vale alimentação. Vamos seguir com os que demonstram mais cuidado e que exigem dedicação para manutenção, contudo são eles que fazem muitas vezes um colaborador vivenciar varias situações delicadas e escolher permanecer no ambiente de trabalho.
3 Benefícios importantes para retenção de talentos.
Acordos de trabalho flexível.
Acordos de trabalho flexíveis dão aos colaboradores mais controle sobre quando e como trabalham. Hoje, muitas empresas de alto desempenho contam com esse benefício para atrair e reter os melhores talentos – e não oferecer essa opção pode ser um grande obstáculo para muitos candidatos. Acredite, neste caso, o salário perde relevância. Estamos vivendo, pela primeira vez, com seis gerações coexistindo no mundo, incluindo a Geração Beta, que começará a em 2025. Essa convivência traz perfis diversos, e o que antes era prioridade, como um salário acima do mercado, perde força quando uma geração valoriza mais a qualidade de vida. Imagine uma geração que sabe se expressar e expor seus sentimentos convivendo diariamente com outra que evita demonstrar fraquezas. É inevitável que haja colisões, mas também é essencial que coexistam. Por isso, o ambiente de trabalho precisa ir além dos objetivos empresariais; ele deve promover o bem-estar. Considere:
- Programas de trabalho híbrido (com dias no escritório e outros remotos) ou 100% remoto.
- Horários flexíveis, permitindo que o colaborador escolha o turno de 8 horas que melhor se adapta à sua rotina.
- Sem horário oficial de trabalho, permitindo que cada um inicie e encerre o expediente conforme achar mais adequado.
- Um dia de folga no aniversário do colaborador.
- Short Fridays, ou seja, expediente mais curto às sextas-feiras.
Saúde mental, emocional e física.
2025 chega com promessas importantes nesse setor, e ignorá-lo pode impactar diretamente a relação com o colaborador. No Brasil, transtornos mentais relacionados ao trabalho já são a terceira maior causa de afastamento, segundo a pesquisadora Tânia Maria de Araújo, da UEFS. Cada vez mais, os brasileiros valorizam o bem-estar mental, como reforça a frase que ganhou força: “Minha saúde mental não tem preço” – e, de fato, não tem. Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido a problemas de saúde mental, gerando um impacto de cerca de US$ 1 trilhão na economia global, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho. Essas estatísticas impulsionaram mudanças importantes, como o reconhecimento do burnout como doença ocupacional pela OMS e a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que exige que as empresas identifiquem e gerenciem riscos psicossociais, como sobrecarga de trabalho, falta de apoio organizacional, assédio moral e jornadas excessivas. É claro que oferecer um plano de saúde ajuda, mas cuidar do colaborador vai muito além disso. É preciso estar presente, oferecer suporte contínuo e criar um ambiente que favoreça o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Saúde Financeira.
Embora a saúde financeira esteja conectada à saúde mental, merece um destaque à parte. Em 2024, o índice de saúde financeira média do brasileiro alcançou 56,7 pontos, a maior pontuação dos últimos três anos, segundo a Febraban. Porém, o cenário ainda é desafiador: o Brasil conta com mais de 72 milhões de inadimplentes. Segundo pesquisa realizada pelo Serasa, 5 em cada 10 brasileiros que enfrentaram problemas financeiros também tiveram dificuldades com a saúde mental. As consequências afetam diretamente a qualidade de vida (64%), gerando estresse, cansaço, insônia, ansiedade (60%) e até baixa autoestima (57%). Além disso, 76% dos trabalhadores em dificuldades financeiras admitem passar grande parte do expediente pensando nas contas a pagar. Quando falamos de saúde financeira, não estamos nos dirigindo apenas a quem ganha altos salários, mas a todos. Afinal, o dinheiro faz parte da nossa vida, e sua ausência pode tornar o caminho insuportável para muitos. Saber lidar com ele, discutir abertamente sobre finanças e oferecer oportunidades de segurança econômica – como planos de previdência privada – são ações fundamentais.
A lista de iniciativas para reter talentos poderia ser ainda mais longa, incluindo desenvolvimento acadêmico, profissional e participação nos lucros e resultados. Mas o ponto central é: olhe para o colaborador como um indivíduo completo, com competências, emoções e desafios únicos.
Se eu pudesse deixar apenas um conselho, seria este: esteja disponível e aberto para ouvir.